quinta-feira, 12 de agosto de 2010
Psicologia da Educação
Olá para todos(as).
Após a aula de ontem, achei conveniente postar um pequeno trecho de artigo publicado no site da revista escola, sobre a psicologia da educação. Este tema, me parece de suma importância como meio de aproximação ao universo complexo da criança, e de todas as implicações ao seu pleno desenvolvimento.
Édouard Claparède - Um pioneiro da psicologia infantil
Édouard Claparède cientista suíço defendia a necessidade de estudar o funcionamento da mente infantil e de estimular na criança um interesse ativo pelo conhecimento.
Márcio Ferrari
Foto: acervo da Fundação Biblioteca Nacional - Brasil
Na história da educação, o nome do psicólogo suíço Édouard Claparède (1873-1940) se encontra num ponto de confluência de várias correntes de pensamento. Em sua formação, ele absorveu influências tanto da filosofia como da ciência da época. E sua obra favoreceu o desenvolvimento de duas das mais importantes linhas educacionais do século 20, a Escola Nova, cuja representante mais conhecida foi Maria Montessori (1870-1952), e o cognitivismo de Jean Piaget (1896-1980), que foi seu discípulo.
Muitos pensadores antes de Claparède pregaram a importância de, na prática pedagógica, se levar em conta os processos mentais e a evolução das crianças, mas o faziam de um ponto de vista eminentemente intuitivo. Claparède, ao contrário, tinha formação em medicina e pretendeu construir uma teoria científica da infância.
Adequação ao ambiente
Claparède defendia uma abordagem funcionalista da psicologia, pela qual o ser humano é, acima de tudo, um organismo que "funciona". Os fenômenos psicológicos, para ele, deviam ser abordados "do ponto de vista do papel que exercem na vida, do seu lugar no padrão geral de comportamento num determinado momento". Com base nisso, o pensamento é tido como uma atividade biológica a serviço do organismo humano, que é acionado diante de situações com as quais não se pode lidar por meio de comportamento reflexo. "Claparède defendia o estudo dos processos psicológicos como funções de adaptação ao ambiente", afirma Regina Campos.
Esse raciocínio levou Claparède a formular a lei da necessidade e do interesse, ou princípio funcional, que o tornou conhecido. Segundo ela, toda atividade desenvolvida pela criança é sempre suscitada por uma necessidade a ser satisfeita e pela qual ela está disposta a mobilizar energias. "O interesse é considerado a tradução psicológica da necessidade do sujeito", explica Regina Campos. Cabe então ao professor colocar o aluno na situação adequada para que seu interesse seja despertado e permitir que ele adquira o conhecimento que vá ao encontro do que procura.
"É a necessidade que põe em movimento os indivíduos, animais e homens e que faz vibrar os estímulos interiores para suas atividades", escreveu Claparède. "É isso que se pode notar em todo lugar e sempre, exceto, é verdade, nas escolas, porque estas estão fora da vida."
Para pensar
Com sua abordagem funcionalista, Claparède foi um dos primeiros cientistas a chegar a uma conclusão a que outros pensadores, de diferentes escolas, também chegaram: o que diferencia o ser humano dos outros animais é a capacidade de transformar a natureza (e os ambientes que o cercam em geral). "É isso que produz cultura", diz a psicóloga Regina Helena de Freitas Campos, professora de psicologia da educação da Universidade Federal de Minas Gerais. Portanto, é preciso promover atividade na escola para que as crianças construam seu acesso ao aprendizado. Você, professor, costuma ter isso em mente? Você tem o hábito de observar que tipo de atividade faz com que seus alunos transformem necessidade em interesse? E costuma dar condições para que eles possam satisfazer a curiosidade?
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